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Património cultural ganha mais apoios da União Europeia

Segundo um novo relatório da Comissão Europeia, as organizações de salvaguarda do património cultural devem aproveitar as oportunidades proporcionadas pelos programas de financiamento e pelas políticas da União Europeia para as ajudar a enfrentar os desafios com que o setor se defronta. Este documento de estratégia, intitulado «Rumo a uma abordagem integrada do património cultural europeu», revela que o setor se encontra numa «encruzilhada», com a redução dos orçamentos públicos, a queda na participação em atividades culturais tradicionais e a diversificação das potenciais audiências devido à urbanização, à globalização e à evolução tecnológica. Ao mesmo tempo, sublinha as oportunidades que se oferecem aos Estados-Membros e a outras partes interessadas de trabalharem em mais estreita colaboração além-fronteiras a fim de assegurar que o setor do património cultural contribui cada vez mais para o crescimento sustentável e o emprego.

Androulla Vassiliou, Comissária Europeia para a Educação, a Cultura, o Multilinguismo e a Juventude, declarou: «A Europa precisa de maximizar o valor intrínseco, económico e societal do património cultural. Deve tornar-se o centro da inovação com base no património, aproveitando as oportunidades criadas pela digitalização e promovendo o nosso conhecimento neste domínio a nível mundial. Em toda a UE, nos monumentos e museus, temos de promover uma abordagem mais virada para o público, utilizando novas técnicas e tecnologias para atrair visitantes e chegar nomeadamente aos jovens. Em suma, temos de dar vida à História. Congratulo-me com o facto de o património poder beneficiar de um maior apoio europeu ao longo dos próximos sete anos.»

O relatório apela a uma maior cooperação a nível da UE na partilha de ideias e boas práticas, que depois podem ser integradas nas políticas e na governação do património nacional. Congratula-se também com a abordagem da UE consubstanciada na Diretiva «Avaliação do Impacto Ambiental», que exige a tomada em conta do impacto de qualquer projeto no património cultural, e pelo Regulamento Geral de Isenção por Categoria, que torna possíveis os auxílios estatais para o setor. O relatório encoraja ainda a adoção de uma abordagem semelhante para apoiar o património ao nível mais vasto da elaboração de políticas da UE, mas também à escala nacional e regional.

O património cultural beneficiou já de um financiamento significativo da UE, incluindo 3,2 mil milhões de euros provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional no período de 2007-2013. A grandes obras de preservação do Partenon e de Pompeia estão entre os projetos que receberam apoio. Os programas da UE proporcionaram um montante complementar de 1,2 mil milhões de euros para o património rural e cerca de 100 milhões de euros para a investigação relacionada com o património. O património cultural deverá beneficiar de ainda mais investimentos da UE em 2014-2020, por exemplo através dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (com um orçamento total de 351 mil milhões de euros para a política regional), do Programa-Quadro Horizonte 2020 (80 mil milhões de euros para investigação) e do programa Europa Criativa (1,5 mil milhões de euros para as indústrias culturais e criativas).

Existem igualmente importantes oportunidades políticas e de financiamento em muitos domínios relacionados com o património cultural, como o desenvolvimento local e regional, a educação, o apoio às PME e o turismo. De facto, o turismo na UE movimenta 415 mil milhões de euros por ano e representa 15 milhões de postos de trabalho – muitos ligados, direta ou indiretamente, ao património. Cerca de 27 % dos viajantes da UE abordados para um inquérito Eurobarómetro sobre turismo (maio de 2011) afirmaram que o património cultural é um fator essencial na escolha de um destino.

Antecedentes

Em maio deste ano, os Ministros da Cultura da UE instaram a Comissão a «prosseguir a análise do impacto económico e social do património cultural da UE e a contribuir para o desenvolvimento de uma abordagem estratégica».

A comunicação hoje adotada pela Comissão constitui a resposta a este pedido. É seu objetivo ajudar os Estados-Membros e as partes interessadas a tirarem o máximo partido do apoio significativo ao património disponível ao abrigo dos instrumentos da UE, progredindo no sentido de uma abordagem mais integrada a nível nacional e da UE e, em última análise, tornando a Europa um laboratório de inovação com base no património.

O apoio ao património cultural a nível da UE fundamenta-se no artigo 3.º, n.º 3, do Tratado da União Europeia, que estabelece que a União vela pela salvaguarda e pelo desenvolvimento do património cultural europeu. O artigo 167.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia afirma que a União contribuirá para o desenvolvimento das culturas dos Estados-Membros, respeitando a sua diversidade nacional e regional, e pondo simultaneamente em evidência o património cultural comum.

A acompanhar a comunicação, a Comissão elaborou igualmente um relatório com mais pormenores sobre a política e os programas de financiamento da UE pertinentes para o setor do património.

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